sexta-feira, 31 de março de 2017

Música: Emicida - Ela (Ft. Rael, Valete & Capicua)




Brasil e Portugal estabeleceram uma nova ligação musical. Capicua, Valete, Rael e Emicida são os 4 MCs que integram o novo projecto Língua Franca.

O novo quarteto de rappers vai celebrar a lusofonia num álbum feito em conjunto, gravado entre Lisboa e São Paulo. “Ela” é o primeiro single a ser revelado e com o seu lançamento hoje 31 de Março.

Confira:


DOWNLOAD mp3


Letra "Ela":


(Capicua)
Meu nome é Ana e sou viciada em música
É ela quem me chama quando eu já não estou lúcida
Quando o mundo desaba e o coração se quebra é ela
Que o cola e sara, ela é que me devolve à terra


Ela como Fitzgerald, dura como a battle
Eu gosto dela negra como heavy metal
Bela com som ou a capella, zuka como novela
Tuga como a minha terra ou afro como o Fela


Ela é comoum exorcismo e eu cismo em viver dela
É imprevista como um sismo e eu finjo conhecê-la
Sê-la é o que eu faço hoje, foi a única saída
E foi um DJ, de facto, que salvou a minha vida


(Emicida)
Noite camufla
Sumo, supra-sumo
Eu, rumo ao abismo
Tdramaturgobatismo


Domínio, uno
Luzes do globo
Cores do todo diz
Dá até a impressão que todo mundo é feliz


Os ladrão e as meretriz
Brindes de fel
Lembrei da voz do Blue
Os passarinho e as cascavel


Veneno é mel no inferno
Sou Xangô sem alarde
Minha alma não vai se fundir com os covarde


Vim pelo som
Meu bom, meu dom, meu deus
Zoom no piston, toca, alvo da fé dos ateus

Tonelada e mais tonelada de tretas, sujeira
Solidão como karma e a música de companheira
Fui


(Rael)
Ela surge como um vendaval
Força que me faz existir
És enredo do meu Carnaval
Ela é Jamelão, Zé Keti


Ela quem me afasta do mal
Me livra dos pé de breque
Minha oração, ritual
Ela é quem é


(Valete)
Pra mim biográfico, pra ti cinematográfico
Eu estava nos barracos dos bairros problemáticos
Meus putos estavam na batida do dinheiro rápido
A tentar sair do buraco através do narcotráfico


Meu mano Dida disse Viris, vê se te resguardas
Fica na retaguarda, nesta vida não te enquadras
Aqui é só vender quartas, fugir dos guardas
Correria e esquadras, a tua cena são as quadras


Larguei a rua insana, resolvi rimar o panorama
Hoje sentes os quilogramas de versos que eu kamasutro
Divulgo a trama nesta minha rotina suburbana
Componho dramas tão vívidos, chamam-me de dramaturgo


Metade dos meus manos hoje estão encarcerados
Meu mano Osvaldo, baleado e enterrado
Tenho sempre as caras deles nos meus pesadelos
Se não me tivesse afastado teria acabado como eles


Hoje sou eremita, veículo da rima honesta
Compenetrado como um islamita na mesquita



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